Hoje em dia está se tornado corriqueira a tentativa de
substituir receitas originais por alternativas, teoricamente menos calóricas ou
com fontes de outros tipos de nutrientes.
Não estou falando aqui de trocar farinha branca por uma de
versão integral em uma receita de bolo ou açúcar por adoçante em uma receita
para uma pessoa portadora de diabetes.
Estou falando de fazer uma mistura de ingredientes que não
tem nada a ver com a receita original e usar seu nome ao lado de codinomes como
fit, light, low carb, entre outros.
Não tenho nada contra testar novas receitas e preparações, acho
muito válido experimentar, desde que, a intenção seja degustar novos sabores e
estimular o paladar e não tentar engana-lo.
O nome de uma receita é sua identidade, nos remete ao que ela
é, a momentos, lembranças de lugares e
pessoas e isso tem tudo a ver com prazer e seu sabor.
Penso que não vale a pena usar receitas alternativas com a
intenção de substituir um alimento tradicional quando se está com vontade dele,
apenas com o objetivo de emagrecer ou ser mais “saudável” (palavra que não se
encaixa no conceito de saúde, que é bem estar físico emocional e social, mas
que está entre as apelações ligadas a essas receitas).
Vontades específicas só podem ser satisfeitas com os
alimentos específico.
Biomassa de banana e cacau tem um sabor completamente diferente de leite condensado, chocolate e margarina. Arroz arbóreo, caldo de legumes, parmesão e manteiga não tem o mesmo sabor que couve-flor e queijo meia cura.
Querer saciar a vontade de um alimento específico com um
substituto pode gerar frustração (por você estar esperando um sabor e encontrar
outro), insatisfação e nos fazer compensar essa necessidade de prazer em outros
momentos ou de outras formas.
Nossa necessidade alimentar não é
baseada apenas em nutrientes e calorias, ela está muito ligada a satisfação,
cultura e prazer, e quando esquecemos ou tentamos ignorar isso, entramos em
embate com nosso organismo colocando-o em desajuste, aumentando muito as
chances de descontroles.
Então coma biomassa, couve-flor ou
pasta de amendoim apenas porque gosta do sabor desses ingredientes ou alimentos
e não para tentar enganar seu cérebro e/ou paladar. Eles são mais espertos do
que você imagina.
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