Segundo
o Ministério da Saúde: “A fome oculta ocorre quando a dieta é
de baixa qualidade. Mesmo que a alimentação seja em quantidade suficiente (calorias),
a pessoa não ingere os nutrientes necessários para o bom funcionamento do
organismo”.
Os
desnutridos de calorias e macro nutrientes (proteínas, carboidratos e gorduras), aqueles que realmente não têm acesso à comida, por
questões sócio-econômicas, também podem sofrer dessa perda, mas o que estamos
tratando aqui é de uma desnutrição que não se vê, não é palpável. É aquela
causada por falta de nutrientes que, apesar de serem necessários em micro
quantidades, precisam ser repostos diariamente e tem grande importância no
funcionamento do nosso corpo.
Esses
(micro) nutrientes são as vitaminas e minerais.
As
deficiências mais comuns são: vitamina A , ferro e iodo. Elas chegam a
atingir dois bilhões de pessoas no mundo.
A
fome oculta é carência não explícita (ou subclínica) destes nutrientes, que
envolve o estágio anterior ao surgimento de sinais clínicos detectáveis, como
lesões de pele, perda de visão noturna, aumento do tamanho da tireóide...
Mesmo pessoas obesas podem ser portadoras desta
deficiência, inclusive, muito se estuda o quanto a falta de nutrientes
desequilibra o metabolismo e influencia no ganho ou manutenção de peso.
De maneira prática, a falta de nutrientes leva
o corpo a solicitar mais alimentos (afinal, ele está sofrendo uma carência),
levando a pessoa a descompensação no consumo de calorias através de uma busca desenfreada
pelos nutrientes escassos, que acabam não sendo repostos quando a pessoa ingere
alimentos processados e refinados (cheios apenas de gorduras e açúcares). Neste
caso o processo não para, a pessoa come, mas não se sente satisfeita e continua
comendo, comendo e comendo. É semelhante a aquela sensação de “quero comer
alguma coisa e não sei o que é”! Você come uma bolacha do armário, um doce da
geladeira, volta para o armário e não consegue achar o que deseja. Muitas vezes,
o obeso, com fome oculta, tem essa sensação todo tempo, por não fornecer ao
corpo o que ele precisa. Por isso sofrer falta de nutrientes pode colaborar
para ganho ou dificuldades na perda de peso.
Além disso, a maioria das vitaminas e minerais
está envolvida na digestão e absorção dos macronutrientes, elas são as grandes
colaboradoras na transformação dos alimentos em energia para o corpo. Portanto,
sua ausência ou insuficiência pode causar deficiência no fornecimento de energia ao organismo, o que traz sensação de
cansaço e falta de disposição.
Os
sintomas só são claros quando a falta de alguma vitamina ou mineral já se
tornou crônica ou se transformou em doença. Neste caso já não é mais fome
oculta, e sim deficiência específica de micronutrientes.
Você
pode pensar que a solução é sair por aí se enchendo de cápsula de vitaminas e
minerais. Mas alto lá, assim como a falta, o excesso de vitaminas e minerais
pode levar ao desenvolvimento de doenças. Consumir polivitamínicos, sem
necessidade e recomendação, pode sobrecarregar os rins e o fígado e também
causar intoxicação.
A
falta de cada nutriente deve ser tratada de maneira diferente, e sempre, de
acordo com o diagnóstico.
A
melhor prevenção é ter uma alimentação diversificada e cheia de alimentos
naturais. Comer entre 3 à 5 porções de frutas ao dia, incluir verduras e
legumes variados no almoço e no jantar, não abrir mão do nosso famoso arroz com
feijão, nem deixar de comer carnes (vermelhas
ou brancas), preferindo sempre as de cortes mais magros.
Segundo
o próprio Ministério da Saúde a fome oculta pode ser evitada ou eliminada consumindo
uma dieta equilibrada e diversificada.
Essa
é a melhor receita para prevenir esse mal silencioso e oculto (como diz o
próprio nome).