Sobre emagrecimento sem dieta

No último post (leia aqui) eu falei sobre porque não prescrevo dietas nem cardápios, mas depois de lê-lo você pode estar pensando: “Então como os clientes dela emagrecem?”

Sem prescrever dieta não significa que não ajudo as pessoas a fazerem melhores escolhas alimentares, nem que oriento que saiam comendo tudo o que aparece pela frente.

Meu tratamento é baseado em auxiliar as pessoas a reaprenderem a fazer boas escolhas alimentares, essa é a base da reeducação alimentar.

Eu ajudo meus clientes a ouvirem seus sinais internos de fome, respeitar sua saciedade, entender que não precisam resolver todos os seus sentimentos com alimentos (leia mais aqui), aceitar que às vezes vão comer um pouco mais porque está muito gostoso ou porque estavam com mais fome, não há problemas nisso, desde que observem a frequência que isso acontece.

Mostro a importância de aprender a diferenciar fome e as diferentes vontades de comer (as que precisam ser atendidas e que podem ser “adiadas“ ou negadas). Falarei mais sobre esse tema posteriormente.

Instruo meus clientes a observar comportamentos alimentares “ocultos” no dia-a-dia, dentro de hábitos e rotinas corridas (leia mais sobre isso aqui).

Tento ensinar que podem dizer “não” às vezes pensando no objetivo futuro, e sem esquecer-se dele, podem dizer sim quando vale a pena e estão realmente com vontade.

Incentivo as pessoas a comerem comida de verdade (leia mais aqui), feita em casa, com maior frequência. A incluir na sua rotina mais alimentos saudáveis como verduras, legumes, frutas, arroz, feijão, carnes, laticínios, deixando claro que doces, frituras, bolachas, bebidas não precisam ser excluídas, nem proibidas.

Enfim, amparo as pessoas a criarem uma alimentação equilibrada onde todos os alimentos têm a oportunidade de participar, sem que sua presença traga culpa, sofrimento, tristeza ou alegria exagerada. Juntos fazemos com que alimentação seja apenas mais uma das muitas coisas do dia que precisam atenção e cuidado especial, sem ocupar espaço ou energia demais nem de menos.

Você quer ajuda para fazer as pazes com a comida e com seu corpo? 

Agende sua consulta! (11) 98225-9050

Porque não receito dietas nem faço cardápios

Nestes meus 16 anos de formada, aprendi muitas coisas e esses aprendizados foram gerando mudanças em minha conduta profissional.

Hoje, trabalho sem cardápio e sem dietas porque honestamente não acredito que tentar segui-las pode ajudar as pessoas a emagrecer de forma definitiva e muito menos a viverem felizes, tendo uma boa relação com a comida.

Mesmo que estejamos falando de um cardápio muito bem elaborado e planejado, com os alimentos que o cliente (ou paciente) está acostumado a comer, este cardápio não irá considerar, por exemplo, a variação dos níveis de fome. Hoje está muito claro pra mim que a nossa fome varia por muitos motivos, como frio, calor, nível de atividade física, humor, horas de sono, disposição....

Um cardápio que determina qual alimento você deve comer em cada dia não leva em consideração que você tem vontades diferentes. E se você está com vontade de comer um bife e for dia de peixe?

Também não conta com a disponibilidade de alimentos, e se ele manda você comer rúcula, mas você só encontrou alface.

E se for um dia de festa? E se você estiver na TPM?

Ah Inty mas eu posso flexibilizar e trocar os alimentos? Ou um dia ou outro comer alguma coisa que não está na dieta?!

Pode. Mas será que o fato de ter uma dieta e saber que você está comendo algo que ela não permiti não fará você sentir-se frustrada ou pensando que está errando?

E será que esses sentimentos fazem você sentir-se bem? Será que ajudam você a entender que todos os alimentos são apenas alimentos, não são “bons” nem “ruins”, “salvadores ou matadores”, “emagrecedores ou engordadores”?

Um dos motivos principais para eu não recomendar dietas ou cardápios é que acredito que eles não colaboram para você começar a gerir sua própria alimentação, pensar e refletir sobre as suas escolhas e as consequências delas. Eles impedem você de ter livre escolha, mascaram sua visão sobre seu corpo, seu nível de fome, de saciedade, sobre a influencia das suas emoções sobre suas escolhas alimentares...

Hoje meu trabalho tem uma preocupação muito maior em fazer meus clientes se conhecerem, se observarem, se encontrarem, se aceitarem e viverem em harmonia com seus corpos, com os alimentos, com suas escolhas...